
DIAGNÓSTICO DE TROMBOSE VENOSA PROFUNDA (TVP)
Se seu histórico, sintomas e exame físico sugerirem uma TVP, serão necessários testes para confirmar o diagnóstico. Os testes podem incluir um exame de sangue chamado D-dímero e ultrassonografia com doppler das veias da perna e/ou outros testes de imagem.
Se uma pessoa com TVP também apresentar sinais ou sintomas de embolia pulmonar (TEP), testes adicionais podem ser necessários.
Testes Diagnósticos:
D-dímero — O D-dímero é uma substância no sangue que frequentemente está aumentada em pessoas com TVP ou TEP, bem como em outras condições associadas a infecções ou inflamações. O teste de D-dímero é útil em pacientes com suspeita de TVP ou TEP. Se o teste de D-dímero for negativo e o risco de TVP ou TEP for baixo com base no histórico e exame físico, TVP ou TEP são improváveis e testes diagnósticos adicionais podem não ser necessários.
Ultrassonografia com doppler — A ultrassonografia com doppler utiliza ondas sonoras para gerar imagens das estruturas dentro da perna. Durante o exame, você deitará de costas e depois de barriga para baixo enquanto um transdutor de ultrassom é aplicado à perna. Na maioria dos casos, a ultrassonografia com doppler é o teste de escolha para pacientes com suspeita de TVP.
Outros testes de imagem — Embora não sejam amplamente utilizados para diagnóstico, em alguns casos, outros testes de imagem podem ser realizados (por exemplo, se não for possível realizar ultrassonografia). Estes incluem ressonância magnética (RM), que usa um forte ímã para produzir imagens detalhadas do interior do corpo, e tomografia computadorizada (TC).
Encontrando a causa de um coágulo sanguíneo
Após confirmar a presença de TVP ou TEP, o profissional de saúde desejará saber a causa. Em muitos casos, existem fatores de risco óbvios, como cirurgia recente ou imobilidade. Em outros casos, o clínico pode testar a presença de uma trombofilia ou outra condição médica associada a um risco aumentado de trombose venosa (como câncer).
Pessoas com algumas anormalidades adquiridas ou hereditárias podem necessitar de tratamento adicional ou medidas preventivas para reduzir o risco de outra trombose. A triagem de membros da família para uma trombofilia hereditária é controversa. Se você tem uma condição genética ou está preocupado com a possibilidade de ter uma, seu médico pode discutir o que isso significa, bem como os prós e contras da triagem de outros membros da família.
TRATAMENTO DE TROMBOSE VENOSA PROFUNDA (TVP)
No tratamento da TVP, o principal objetivo é prevenir que o coágulo aumente e que se desloque para causar uma embolia pulmonar (TEP). Outros objetivos incluem prevenir que o coágulo aumente, que novos coágulos se formem e prevenir complicações a longo prazo.
O tratamento da TVP e da TEP é semelhante. Em ambos os casos, a abordagem primária é a anticoagulação. Outros tratamentos disponíveis, que podem ser usados em situações específicas, incluem terapia trombolítica ou colocação de um filtro em um grande vaso sanguíneo (a veia cava inferior).
Anticoagulação
Anticoagulantes são medicamentos comumente chamados de "afinadores de sangue". Eles não dissolvem o coágulo, mas ajudam a prevenir a formação de novos coágulos. Existem vários medicamentos diferentes que podem ser administrados após o diagnóstico de TVP (referido como "anticoagulação inicial"), incluindo:
Anticoagulantes orais diretos (DOACs) – Disponíveis em forma de pílula; dependendo do país, incluem apixabana (nome comercial: Eliquis), dabigatrana (nome comercial: Pradaxa), edoxabana (nome comercial: Lixiana) ou rivaroxabana (nome comercial: Xarelto).
Heparina de baixo peso molecular (HBPM), administrada como uma injeção sob a pele – Opções a enoxaparina (nome comercial: Clexane)
Fondaparinux (nome comercial: Arixtra), também administrado por injeção.
Heparina não fracionada, administrada por via intravenosa ou como injeção sob a pele – Pode ser a escolha preferida em certas circunstâncias, como se a pessoa necessitar de diálise para insuficiência renal.
A anticoagulação inicial geralmente consiste em 5 a 10 dias de tratamento com HBPM, ou heparina não fracionada. Após isso, a anticoagulação a longo prazo é continuada por 3 a 6 meses. DOACs também são uma opção para anticoagulação a longo prazo. Uma vantagem de iniciar o tratamento com um DOAC é que alguns DOACs (apixabana, rivaroxabana) podem ser iniciados logo após o diagnóstico do coágulo, sem a necessidade de 5 a 10 dias iniciais de um anticoagulante injetável (por exemplo, HBPM). Em algumas situações, outro medicamento oral chamado varfarina (nome comercial: Marevan) pode ser administrado em vez de um DOAC.
Se você tomar varfarina, será necessário fazer testes de sangue regulares para monitorar o efeito da varfarina, garantindo que você está tomando a dose correta; isso não é necessário para pacientes em DOACs. Menos comumente, injeções diárias de HBPM ou fondaparinux são usadas durante todo o período de tratamento. Em raras circunstâncias, a heparina não fracionada como injeção também pode ser administrada.
A escolha do anticoagulante depende de múltiplos fatores, incluindo sua preferência, a recomendação do seu médico com base na sua situação e histórico médico, e considerações de custo.
Duração do tratamento
A anticoagulação é recomendada por um mínimo de três meses em um paciente com TVP.
Se você teve um fator de risco reversível contribuindo para sua TVP, como trauma, cirurgia ou confinamento ao leito por um período prolongado, provavelmente será tratado com anticoagulação por apenas três a seis meses ou até que o fator de risco seja resolvido.
Grupos de especialistas sugerem que pessoas que desenvolvem uma TVP sem um fator de risco conhecido podem necessitar de tratamento com anticoagulante por um período indefinido. No entanto, se esta for sua situação, você deve discutir os prós e contras com seu médico após três a seis meses de tratamento. Se a decisão for continuar a anticoagulação, seu médico continuará reavaliando regularmente. Algumas pessoas preferem continuar com o anticoagulante, que pode aumentar o risco de sangramento, enquanto outras preferem parar o anticoagulante em algum momento, o que pode aumentar o risco de trombose recorrente.
A maioria dos especialistas recomenda continuar a anticoagulação indefinidamente para pessoas com dois ou mais episódios de trombose venosa ou se um fator de risco para coagulação persistir (por exemplo, síndrome antifosfolípide, câncer).
Caminhar durante o tratamento da TVP
Uma vez que um anticoagulante foi iniciado e os sintomas (como dor e inchaço) estão sob controle, você é fortemente encorajado a se levantar e caminhar periodicamente. Estudos mostram que não há risco aumentado de complicações (por exemplo, embolia pulmonar) em pessoas que se levantam e caminham, e caminhar pode, de fato, ajudar você a se sentir melhor mais rapidamente.
Terapia trombolítica
Em alguns casos graves e com risco de vida, um profissional de saúde recomendará um medicamento intravenoso para dissolver coágulos sanguíneos (ou seja, um medicamento "trombolítico"). Esta terapia é reservada para pessoas que têm complicações sérias relacionadas à TVP ou TEP e que têm baixo risco de sangramento grave como efeito colateral da terapia. A resposta à terapia trombolítica é melhor quando há um curto intervalo de tempo entre o diagnóstico de TVP/TEP e o início da terapia trombolítica.
Filtro de veia cava inferior
Um filtro de veia cava inferior (VCI) é um dispositivo que bloqueia a circulação de coágulos na corrente sanguínea, especialmente o movimento de um coágulo das pernas para os pulmões. Ele é colocado na VCI (a grande veia que leva do corpo inferior ao coração). O filtro de VCI tipicamente é inserido através de uma pequena incisão em uma veia da perna com o uso de um anestésico local. Um filtro de VCI pode ser recomendado em pessoas com tromboembolismo venoso que não podem usar anticoagulantes devido a um risco muito alto de sangramento. No entanto, a longo prazo, os filtros de VCI podem aumentar o risco de desenvolvimento de coágulos sanguíneos.
PREVENÇÃO DE TROMBOSE VENOSA PROFUNDA (TVP)
Pessoas com câncer
Em situações selecionadas, como em pessoas em tratamento para câncer que estão em alto risco de TVP (por exemplo, pessoas com câncer de estômago ou pâncreas que estão recebendo quimioterapia), anticoagulantes podem ser considerados para prevenir a ocorrência de TVP.
Durante a hospitalização
Algumas pessoas que estão no hospital, seja para cirurgia (especialmente cirurgia óssea ou articular e cirurgia de câncer) ou devido a uma doença médica grave, podem receber anticoagulantes para diminuir o risco de coágulos sanguíneos. Anticoagulantes também podem ser administrados a mulheres em alto risco de trombose venosa durante e após a gravidez.
Em pessoas hospitalizadas com risco moderado ou baixo de coágulos sanguíneos, outras medidas preventivas podem ser utilizadas. Por exemplo, algumas pessoas usam dispositivos de compressão pneumática após a cirurgia. Esses dispositivos são usados ao redor das pernas durante e imediatamente após a cirurgia e periodicamente se enchem de ar, aplicando uma pressão suave para melhorar a circulação e ajudar a prevenir coágulos. Meias de compressão também podem ser recomendadas.
Em todos os casos, caminhar o mais cedo possível após a cirurgia pode diminuir o risco de um coágulo sanguíneo; também pode diminuir o risco de inchaço crônico nas pernas causado pela TVP (conhecido como "síndrome pós-trombótica").
Viagens prolongadas
Viagens prolongadas (por exemplo, um voo de avião ou uma viagem de carro que dure mais de cinco horas)
parecem aumentar o risco de desenvolvimento de coágulos sanguíneos, embora o risco seja muito pequeno.
Algumas dicas que podem ser benéficas durante viagens prolongadas incluem:
Movimentar-se regularmente.
Fazer exercícios simples com as pernas.
Usar meias de compressão.
PRECAUÇÕES ESPECIAIS PARA PESSOAS COM TROMBOSE VENOSA PROFUNDA
Risco de desenvolver outro coágulo
Pessoas em tratamento para trombose venosa têm um risco aumentado de desenvolver outro coágulo
sanguíneo, embora esse risco seja significativamente menor quando um anticoagulante é usado. Portanto, tomar seus anticoagulantes exatamente como indicado é importante para reduzir o risco de um coágulo recorrente.
Fique atento a novos sintomas de dor, inchaço e/ou vermelhidão nas pernas; se algum desses sintomas ocorrer, chame seu médico ou procure atendimento médico imediatamente.
Outros sintomas podem indicar que um coágulo na perna se deslocou e foi para o pulmão, causando uma
embolia pulmonar (TEP). Esses sintomas podem incluir:
Nova dor no peito com dificuldade para respirar.
Um ritmo cardíaco acelerado e/ou sensação de tontura ou vertigem.
Uma TEP pode ser fatal e requer atenção imediata. Se você tiver esses sintomas, procure ajuda imediatamente.
Risco de sangramento
Os anticoagulantes devem ser tomados exatamente como indicado para minimizar o risco de sangramento grave. Se você esquecer ou perder uma dose, chame seu médico ou clínica para obter orientação. Não tente tomar uma dose extra ou mudar a dose sozinho, a menos que seu médico especificamente lhe diga para fazê-lo.
Se você receber uma nova receita e os comprimidos ou cápsulas parecerem diferentes do último frasco, informe seu médico ou farmacêutico imediatamente. Se você tomar varfarina, há outras coisas que você precisa estar ciente: é preciso informar seu médico sobre medicamentos novos e é necessário manter o consumo de vitamina K estável.
Você tem mais chances de sangrar enquanto toma anticoagulantes. O sangramento pode ocorrer em várias áreas, como sangramento pelo nariz ou gengivas, sangramento menstrual excessivo, sangramento na urina ou fezes, sangramento ou hematomas excessivos na pele, ou vômito de material que é vermelho brilhante ou parece borra de café. Em alguns casos, se houver sangramento interno, você pode não perceber imediatamente. O sangramento dentro do corpo pode causar sensação de desmaio ou dor nas costas ou abdômen. Procure atendimento imediatamente se você tiver esses sintomas.
Modificações simples para reduzir o risco de sangramento
Use uma escova de dentes com cerdas macias.
Use um umidificador para ajudar a reduzir sangramentos nasais (se você viver em um clima frio ou seco).
Tenha cuidado ao manusear objetos cortantes (por exemplo, facas).
Evite atividades que possam resultar em lesão (por exemplo, esportes de contato).
Use equipamento de segurança apropriado (por exemplo, capacetes, proteção) durante a atividade física.
Evite aspirina ou outros anti-inflamatórios não esteroidais (AINEs; por exemplo, ibuprofeno [nomes comerciais: Advil], cetroprofeno [nomes comerciais: Profenid], e naproxeno [nome comercial: Flanax]) a menos que seu médico lhe diga para tomá-los. Outros medicamentos para dor sem receita, como paracetamol ou dipirina, podem ser alternativas seguras.
Se você suspeita que possa estar apresentando sintomas de trombose venosa profunda ou qualquer condição relacionada, é essencial buscar orientação médica imediatamente. A equipe da Mille Hematologia está preparada para oferecer o diagnóstico e tratamento necessários para garantir sua saúde e bem-estar. Não hesite em agendar uma consulta conosco para uma avaliação completa e um plano de cuidados personalizado. Entre em contato hoje mesmo e cuide da sua saúde com a atenção especializada que você merece.